Faz vinte dias que meu pai não está
mais conosco. A saudade é imensa. Aprendi com ele a ler qualquer papelzinho que
encontrava pela frente. Minha infância foi rodeada de livros, revistas,
palavras cruzadas...
Lembro-me que, sob a luz da lamparina,
na chácara de meus avós, meu pai ensinando-me a fazer palavras cruzadas,
mostrando-me um velho atlas geográfico. Mostrava-me todos os países, capitais.
Também fez parte dessa infância maravilhosa, a revista "Seleções".
Lia e relia várias vezes junto com meu pai.
Com o passar do tempo, ler se tornou
uma parte importante de mim.
Já adulta, quando minha professora de
Literatura no 1º ano de faculdade, indicou-me o livro “Anna Karenina”, nossa, fiquei
maravilhada com a história, lia e relia várias vezes a mesma página, não queira
que ele terminasse (como no conto “Felicidade Clandestina”).
Acredito que meu pai e eu conseguimos passar
para minha filha, hoje com 10 anos, todo o encantamento que uma leitura nos
proporciona.
Vejo a leitura e a escrita como ferramentas
fundamentais para expressar o que sinto, meus anseios, angústias, alegrias e
tantas outras coisas. Procuro "contagiar" meus alunos com o gosto
pela leitura. Acredito que, quando mostramos o quanto gostamos de ler, de
alguma forma despertará o interesse deles também.
Alaéd, meus sentimentos pela perda de seu pai.
ResponderExcluirO seu depoimento é emocionante.